O irmão do Betinho e do Henfil já na vive mais conosco. Faz muito tempo. Como os irmãos, faz muita falta. Por tudo o que foram, na verdade são. Dono de uma obra musical ímpar, criativa e brasileiríssima, Francisco Mário soube os trânsitos que tinha que percorrer para fazer sua sonoridade cada vez mais para dentro do Brasil. O Betinho, no encarte deste Conversa de cordas, couros, palhetas e metais, escreveu: “Chico Mário criança dizia “eu gosto do caldo de música”. Para ele a letra era um problema, um obstáculo que ele não sabia saltar. Tomava o caldo. Agarrado no violão viveu sua vida de artista desde os sete anos. E foi tocando cada vez mais e melhor. E foi compondo e fazendo belos caldos. Eles estão, em parte, aqui no Conversa. No final, já no leito do hospital de onde não sairia mais, Chico escutou sua última obra. Era uma música clássica. Seus olhos de menino brilhavam com a beleza e com a grande aventura de produzir o clássico. Era como se tivesse começando, quando na verdade a morte estava ali esperando pelo último acorde. Mano Chico, estamos aqui para te ouvir por toda a vida. A tua eternidade. Não pare de tocar nem de compor, siga as ondas, as cordas onde for.” Partiu aos 39 anos de idade. Seus discos: Suíte Brasil, Vida e Obra, Dança do Mar, Retratos, Pijama de Seda, Terra, Revolta dos Palhaços. Há vários textos sobre sua vida e obra, como este assinado por Nívia Souza: http://www.3irmaosdesangue.com.br/irmaos/chico.html
Oportunidade de conhecer ainda mais o Chico Mário. Suas canções, sim, eternas e que pulam os obstáculos da letra e falam com a linguagem da vida.