O jazz com suas improvisações desfez fronteiras. Criou possibilidades inimagináveis. Instigou músicos, instrumentistas, compositores, intérpretes. O público, muitas vezes dividido, conheceu o melhor de nomes como Miles Davis, por exemplo. Como o blues, não há sossego no jazz. Não pode haver. Nas rupturas formais, o novo. As combinações nascem. Scott Feiner não ficou insensível ao novo. Acreditou nas possibilidades abertas. E encontrou no pandeiro, tão característico da cultura musical brasileira, um parceiro. E de Manhattan ao Rio de Janeiro pareceu apenas um pulo. E o então guitarrista de jazz já conhecido por tocar com ícones como Brad Mehldau e Larry Golding, além de ter estudado com uma das lendas do sax Jackie McLean, inovou. Ao ser apresentado ao instrumento brasileiro a paixão foi imediata. Veio para o Brasil e transformou o pandeiro em sua vida e o fez ser a primeira sonoridade de percussão ser diferente, deixando a clássica bateria de lado. Assim, suas tessituras musicais ganharam uma dimensão sutil e generosamente criativa no universo jazzístico. As surpresas são discos como A view from below, dois mundos, acentos e pandeiro jazz, não na ordem de lançamento aqui listados. Todos com nominações para prêmios, todos com críticas positivas, todos com as surpresas também se renovando. Entrar no mundo de Scott Feiner é conhecer o quanto a música, independente de gênero, é capaz de mexer com a criatividade do ser humano e instigar o imaginário de quem escutar o que chega ao mercado. Um presente.