A música popular, no seu sentido mais interiorizado possível, é de uma riqueza universal e inesgotável. Por vezes, o público é induzido a acreditar que a verdadeira música do interior das terras brasileiras é a forma elitizada e sofisticada que certos gêneros alcançam na grande mídia. Basta apenas lançar um rápido olhar nas matérias que circulam por esses meios. Claro fica que não está em questão aqui o gosto de cada um em relação a música e seus gêneros. E gostar de qualquer gênero é sinônimo de sensibilidade. No entanto, o que assusta é o “esquecimento” por parte dessa massa crítica da mídia da verdadeira música popular e de raiz. Tamanho esquecer que a trona um gênero “cult”. Kátya Teixeira vem alguns anos realizando um trabalho de uma densidade imensa a partir do folclore. Das raízes, da cultura indígena, da vida em nosso interior. Assim o convívio com Vidal França, João Bá, Cátia de França, Daniela Lasalvia, e outros nomes que circulam por esses caminhos – eis alguns: Vital Faris, Dércio e Dorothy Mrques, Elomar, Xangai, para citar alguns – fez com que a sua história desde pequena se tornasse coerente com sua vida. Filha de cantores, família de cantores e de pessoas ligadas ao folclore e a vida interiorana, também cursou escola de música. Forja sua música na realidade que a raiz produz. É com ela e sua sensibilidade que avançamos nesse domingo em que as horas anda descansam à espera do sol.
Foto: capturada no http://www.encontrodeculturas.com.br