Trio Madeira Brasil: música instrumental brasileira

Trio Madeira Brasil

Na carteira de identidade, o Trio Madeira Brasil tem como registro de nascimento a cidade do Rio de Janeiro e como seus criadores Ronaldo do Bandolim, Marcello Gonçalves (violão de 7 cordas) e José Paulo Becker (violão). Música instrumental, gênero Choro. Essa é a sua gênese. Sua base. Sua terra fértil. E ao longo do tempo, das estações, das semeaduras, as sementes foram alimentadas também por Yamandu Costa, Jacob do Bandolim, Chico Buarque, Egberto Gismonti, o saudoso Paulo Moura, acolheram o universo d tango/jazz/erudito de Astor Piazzolla, tornaram suas terra mais universais. Mais ricas. densas, profundas. Criaram novas tramas musicais. E o seu plantio tem sido pleno e cada vez mais se entranha nas harmonias que tecem com seus instrumentos. Melhor que escrever, é ouvi-los. Bom para fechar os olhos e viajar em sua sonoridade arrebatadora.

Duofel: Plays The Beatles

Duofel

Gravar Beatles já passou da originalidade. O que torna as gravações diferenciadas entre si é a leitura que o artista é capaz de fazer sobre a obra do quarteto de Liverpool. Fernando Melo e Luiz Bueno, dois violões e muitas ideias, muita estrada e muita música nas mochilas, transformaram as canções de Lennon & McCartney e George Harrison em um manancial de águas cristalinas. Se sua trajetória como Duo é uma realidade na música instrumental brasileira, a carreira no exterior, longe das fronteiras do Brasil sempre foi consolidada. O início com Tete Espíndola, depois a presença marcante de Hermeto Pascoal, para ficar apenas em dois nomes, carimbaram a qualidade do trabalho dos instrumentistas. E o velho sonho de realizar Beatles enfim realizado. Arranjos que percorrem os pouco mais de 48 minutos em onze faixas que hipnotizam o ouvinte. E fazem com que a frase já desgastada pelo tempo de John, “O sonho acabou”, seja apenas uma frase tamanha é força do disco. Denso, rico e sobretudo sensível, o instrumentos do Duofel não desafia a história da maior banda de todos os tempos. Mostra, contudo, que eles canalizam energia para que talentos com Fernando e Luiz possam transformar suas composições em “novas” composições ao sabor do sentimento que nutrem pela música e seus caminhos infinitos.