David Crosby: If I Could Only Remember My Name

crosby

Você pode escolher uma das tantas faces de David Crosby: The Byrds, Crosby, Stills & Nash, Crosby, Stills, Nash & Young,  Crosby & Nash ou apenas David Crosby. Há em todos eles altos e baixos. Ao gravar If I Could Only Remember My Name a vida de Crosby estava aos pedaços devido a morte de sua namorada. Mal conseguira terminar Déja Vu como CSN&Y e ao entrar no estúdio os redemoinhos do sofrimento entraram junto. Sua estreia ainda que dolorosa foi um passo gigantesco. E o resultado, magnífico. Juntou ao seu redor músicos como Jerry Garcia, Joni Mitchell, Grace Slick, Paul Kantner, Graham Nash, Neil Young, para ficar apenas com esses nomes – a lista é imensa e rica – e produziu um disco inesquecível. Entre falhas vocais e outros extraordinários, o líder leva adiante as canções como estivesse seguindo o arco-íris. Encontra o pote de ouro. Ao alternar passagens melancólicas, que refletem seu espírito, com outras mais despreocupadas, a ênfase ao acústico e a pedal steel faz a diferença. Ao não esconder toda a escuridão que o habitava, David ousa em participações á capela, silêncios, harmonias doces e tristes, alterna passagens de forma criativa e sensitiva. Trabalho perturbador que revela a alma de Crosby, e que revela uma série de canções únicas, o que torna o álbum igualmente único. E emocionante.

Joni Mitchell: Love has many faces

Joni Love

Joni Mitchell é muito mais que um nome na folk music. Desde que lançou seu primeiro disco no emblemático 1968, Song to a seagull, com produção de David Crosby, e desde lá já tinha a participação de Stephen Stills, por exemplo, ela traçou um caminho significativo em sua carreira. Não se limitou a fazer apenas canções apaixonadas e suaves ao violão. Seu trabalho como letrista e artista tem extrema relevância nesse seu caminhar. E também, revela sempre a inquietude dos criadores. Em 1971 veio Blue, maiúsculo e denso. Para em 1974, pisar firme no jazz/pop de Court and Spark sem se afastar da matriz folk, sua essência. E sempre ao longo dos anos vais construindo uma solidez musical, que mesmo quando tropeça em algumas canções, se mantém coerente com seus princípios e relevando sua maturidade. A caixa Love has many faces: Quartet, A ballet, Wainting to be danced avança sobre trabalhos conhecidos e nem tão conhecidos. Muitos com uma “nova roupagem” e mostra as faces verdadeiras de Joni. É uma interessante mostra de como a sua música foi se formando e sua perspectiva seguindo direção segura em seu projeto de vida seja musical ou mesmo pessoal. Talvez não seja “um resumo” que seus fãs gostariam de ter em mãos. Porém, sem dúvida, é uma coletânea muito rica de uma cantora e compositora que tem a seu lado músicos como David Crosby, James Taylor e Graham Nash, para ficar em apenas três dos ícones do acústico. Belo disco, envolvente e profundo.

Joni

www.youtube.com/watch?v=50zkUclo-cw

www.youtube.com/watch?v=E2nxCSTAq9c

www.youtube.com/watch?v=cRjQCvfcXn0

www.youtube.com/watch?v=LoKBGotuNhc

Fotos: capturadas no site http://www.allmusic.com

McGuinn, Clark & Hillman: trio depois dos Byrds

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Os fundadores dos Byrds se reuniram em 1979. Nasceu o trio McGuinn, Clark & Hillman. Com uma pré-determinação: não repetir os The Byrds. A questão estava em suas formações musicais, um quê de pop-rock e folk ainda visíveis em suas composições, inclusive no disco há uma ou canção que segue esse caminho com “Release me girl”. O que, enfim, se tornou um diferencial foi o vocal a três. A mistura das vozes escapou da armadilha byrd de ser, e cada um já tinha suas partes vocais assumidas no disco. Porém, na forma, na estética e mesmo nos vocais se aproximaram em demasia dos Eagles. E isso passou a ser uma espécie de preenchimento de vácuo pois os Eagles não gravavam a algum tempo e o trio vinha pronto para se encaixar. E realmente, o single lançado foi direto às paradas da época, puxado do Roger McGuinn. Os críticos, com uma certa maldade, atribuíram o sucesso a ausência dos Eagles. Injustiça, por certo, já que os três em nenhum momento se tornaram ou foram imitadores dos “grupo original”. Tinham composições de muita beleza, baladas perfeitas ainda que os mesmos críticos afirmavam que City não possuía conteúdo e muito menos se aproximava dos extraordinários Crosby, Stills & Nash. Aliás, David Crosby foi um byrd, e se estivesse no grupo seria a reedição dos Byrds? Talvez sim, talvez não. A verdade é que o disco é muito bom, se ouve com alegria e prazer e em meio a um período de muitas transformações sonoras, Roger McGuinn, Gene Clark & Chris Hillman foram autênticos. É um registro valioso, raro e que será sempre uma referência.

Trio

www.youtube.com/watch?v=PEbz62IE9dg

www.youtube.com/watch?v=Md3YHOCRku0

www.youtube.com/watch?v=rC45NEQutiE

Fotos: Acima, crédito na própria foto, do site http://www.features.com, e capa do disco capturada na Internet.