Você pode escolher uma das tantas faces de David Crosby: The Byrds, Crosby, Stills & Nash, Crosby, Stills, Nash & Young, Crosby & Nash ou apenas David Crosby. Há em todos eles altos e baixos. Ao gravar If I Could Only Remember My Name a vida de Crosby estava aos pedaços devido a morte de sua namorada. Mal conseguira terminar Déja Vu como CSN&Y e ao entrar no estúdio os redemoinhos do sofrimento entraram junto. Sua estreia ainda que dolorosa foi um passo gigantesco. E o resultado, magnífico. Juntou ao seu redor músicos como Jerry Garcia, Joni Mitchell, Grace Slick, Paul Kantner, Graham Nash, Neil Young, para ficar apenas com esses nomes – a lista é imensa e rica – e produziu um disco inesquecível. Entre falhas vocais e outros extraordinários, o líder leva adiante as canções como estivesse seguindo o arco-íris. Encontra o pote de ouro. Ao alternar passagens melancólicas, que refletem seu espírito, com outras mais despreocupadas, a ênfase ao acústico e a pedal steel faz a diferença. Ao não esconder toda a escuridão que o habitava, David ousa em participações á capela, silêncios, harmonias doces e tristes, alterna passagens de forma criativa e sensitiva. Trabalho perturbador que revela a alma de Crosby, e que revela uma série de canções únicas, o que torna o álbum igualmente único. E emocionante.