David Crosby: If I Could Only Remember My Name

crosby

Você pode escolher uma das tantas faces de David Crosby: The Byrds, Crosby, Stills & Nash, Crosby, Stills, Nash & Young,  Crosby & Nash ou apenas David Crosby. Há em todos eles altos e baixos. Ao gravar If I Could Only Remember My Name a vida de Crosby estava aos pedaços devido a morte de sua namorada. Mal conseguira terminar Déja Vu como CSN&Y e ao entrar no estúdio os redemoinhos do sofrimento entraram junto. Sua estreia ainda que dolorosa foi um passo gigantesco. E o resultado, magnífico. Juntou ao seu redor músicos como Jerry Garcia, Joni Mitchell, Grace Slick, Paul Kantner, Graham Nash, Neil Young, para ficar apenas com esses nomes – a lista é imensa e rica – e produziu um disco inesquecível. Entre falhas vocais e outros extraordinários, o líder leva adiante as canções como estivesse seguindo o arco-íris. Encontra o pote de ouro. Ao alternar passagens melancólicas, que refletem seu espírito, com outras mais despreocupadas, a ênfase ao acústico e a pedal steel faz a diferença. Ao não esconder toda a escuridão que o habitava, David ousa em participações á capela, silêncios, harmonias doces e tristes, alterna passagens de forma criativa e sensitiva. Trabalho perturbador que revela a alma de Crosby, e que revela uma série de canções únicas, o que torna o álbum igualmente único. E emocionante.

The Stills-Young Band

Stills Young

Ao passar pela obra e biografia de Neil Young, estava lá o The Stills-Young Band. A data: 1976. Para começar mais outra confissão – de confissão em confissão vou me descobrindo – : os anos sessenta são imbatíveis em nível de cultura. Continuo cada vez mais certo disso, embora reconheça que nos dias de hoje há criatividade e muita transformação necessárias à Cultura e ao pensamento.

Umas das minhas paixões foi ( e é pelo que ainda existe no meu acervo ) o Crosby, Stills, Nash & Young. Houve variações do quarteto, ora dupla ora trio, por vezes cada um solo ou em outras agrupações. Seus trabalhos são extraordinários. Harmônicos, em vozes e melodias. Então, percebemos que David Crosby era do The Byrds, Graham Nash do The Hollies (eles gravaram um disco com canções do Bob Dylan curiosíssimo), o Stephen Stills e Neil Young andaram juntos pelo Buffalo Springfield. Em algum momento foram se desprendendo de suas origens para criarem o CSN&Y. E forma fazendo trabalhos magníficos, e também se separando, se reencontrando e assim por diante. Não faz muito, foi lançado um cd triplo de um show deles de 1974, que pode ser conferido no http://www.allmusic.com e torcer para que venha para o Brasil. Eles, no entanto, foram demonstrando suas diferenças, e suas afinidades. Crosby e Nash mais melódicos, mais harmoniosos em dupla, seguiram o seu caminho após desentendimentos gerais. Outra curiosidade, coube a Stills e Young, mais ligados ao rock, embora toda a essência folk, grava um disco com canções em que os quatro tinham e que não deram certo juntos. E nem mesmo a The Stills-Young Band teve vida próspera e longa. Resumiu-se a um único disco. Long May You Run é o resultado desses encontros e desencontros. Vigoroso e ao escutá-lo uma certa nostalgia nasce de forma espontânea. A presença de músicos como Jerry Aiello nos teclados, Joe Lala na percussão, Joe Vitale na bateria e flauta e George Perry no baixo dá solidez ao grupo. Um pouco irregular, falta aquele quê de CSN&Y, naturalmente, fato que não ocorreu com Crosby e Nash em dupla. Outra curiosidade, para variar, assim como o Cream abria os shows dos Bee Gees, três dos instrumentistas do Stills-Young participaram do LP Children of the world dos irmãos Gibb, Lala, Perry e o próprio Stills. Para quem estiver com vontade de conhecer a banda e só clicar no link abaixo.

LongMayYouRun

www.youtube.com/watch?v=NyRXoTZXrzA

Reproduções capturadas na Internet.

Neil Young, forever

Neil 2

Neil Percival Young, canadense de Toronto, que daqui a poucos dias completará 69 anos, é uma lenda. Por sua voz ora suave ora mais densa, pelas letras de suas músicas, pelo talento, pela criatividade e, também, por sua imensa capacidade de tocar folk, country, rock, hard rock ou qualquer outro estilo. Sua versatilidade junto à guitarra, violão acústico, harmônica, piano, banjo e outros instrumentos o colocam de fato e de direito como lenda. Acompanhado quase sempre pela eterna Crazy Horse, está de disco novo. Storytone chega ou em cd simples ou duplo. No simples, acústico, solo. No duplo, canções orquestradas. Disco com a assinatura de Neil Young. Para muitos pode até ser mais um de sua vasta discografia. Pode ser, porém o acústico é de altíssima qualidade. Confesso que o orquestrado me chegou estranho, ainda.

Capa Neil

Com o nome estrelado em formações históricas como Buffalo Springfield, Crosby, Stills, Nash & Young, The Stills-Young Band, Pearl Jam entre tantas outras bandas, o incansável compositor e cantor é considerado, atualmente, pela Revista Rolling Stone o 17º melhor guitarrista do mundo.

O disco que está chegando ao mercado, não foi bem aceito pela crítica. Em especial, repito, a parte que está à frente, como um crooner, de uma orquestra. A voz, antes àspera, frágil, delicada e imperfeita, se perde no emaranhado de 92 componentes, coral, big band de metais e percussão. O que funcionou em discos como Harvest Moon, Zuma ou Tonight´s the Night fica fora de compasso. Por outro lado, mesmo sendo o acústico melhor, as letras deixam a desejar, contrariando a regra de sempre. Alguns críticos consideram o disco dos seus piores, prefiro dar tempo ao tempo. De toda a sorte, vale a pena conferir. Em especial, a parte solo.

Neil 1

Abaixo, um pouco da trajetória de Neil Young.

www.youtube.com/watch?v=Eh44QPT1mPE

www.youtube.com/watch?v=8odlwI94uFA

www.youtube.com/watch?v=PxRKP940Fdw

www.youtube.com/watch?v=UlHf8rjkK5Q

Fotos: Acima, http://www.telegraph.com.uk – Photo: AP; capa, capturada na Internet e a terceira, http://www.meurock.com.