27 de Janeiro: não importa o ano, dia para não ser esquecido

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A exatidão das datas marca profundamente. Há setenta anos, em 1945, o Exército Vermelho com os seus soldados soviéticos abriram em definitivo os portões de Auschwitz, na Polônia, libertando sete mil prisioneiros sobreviventes do maior campo de extermínio da História. Naquele instante, não posso imaginar o que se passou pelas cabeças dessas pessoas. Impossível imaginar. Mas, reconstruíram suas vidas. São exemplo. São referências. São dignas de nossa admiração e são nossos alicerces seus exemplos de resistência e determinação. E são testemunhos que não permitem que jamais esqueçamos o que foi feito.
Dois anos trás, aqui perto, em Santa Maria, 242 jovens não viram o dia nascer. Dois anos em que os papéis da impunidade viajam para todos os lugares menos para o tribunal do júri para julgar os culpados pelo assassinato naquela madrugada. A impunidade consome a esperança. A impunidade engole a Justiça. A impunidade é mais que um reflexo, já é sinônimo de desesperança e medo. justiça, sim com letras minúsculas. Assim caminha o Brasil.
Neste dia, para jamais ser esquecido, possamos todos nós ainda contar com a solidariedade entre nós mesmos para quem sabe um dia a sociedade mudar. Mudar as instituições, todas elas, mudar a nós como pessoas dentro do convívio social. Possamos mais que nunca, não apenas reverenciar quem resistiu e quem nos deixou, possamos ter neles e por eles a força que precisamos para a mudança.

http://www.youtube.com/watch?v=-0HF2EFJIL8

Robin Gibb foi uma das vozes mais extraordinárias da cena pop a partir dos anos sessenta. Membro dos Bee Gees, com seus irmãos Barry e o gêmeo Maurice, gravou alguns discos solo. Alguns bem sucedidos, outros não. Compôs com seu filho RJ Gibb uma peça clássica: The Titanic Requiem. O título não é o mais apropriado para o momento, eis que também é o retrato fiel de uma tragédia do início do século passado. No entanto, há uma canção no repertório “Don´t cry alone” que possui grande sensibilidade e toca nossas almas.
Possamos também, através do artista que partiu em maio de 2012, nos permitir mais um momento de profunda reflexão e humanidade. Precisamos acreditar que podemos mudar o que precisa ser mudado.

Foto: Fernando Rozano