Os vincos nas costas doíam. As mãos não alcançavam o dorso. Sentia crescer, entre a pele e a carne, finas camadas de coágulos. O corpo curvou-se, os ossos estalaram. Ao encontrar o chão, descobriu Coroas de Cristo. Os espinhos avermelhados recolheram-se, deixando tesa e acinzentada a retina envelhecida.
No outro lado da rua, as janelas fecharam-se, os vizinhos retornaram às suas tramas caseiras.
O inverno é apenas um dos quatro cantos do Tempo.
Foto: Chronosfer. Este texto foi publicado em 2015, quando os acessos eram próximos de zero.
Blackbird… Tudo de que eu precisava esta manhã; curativo. Você advinha?
🙂 Lindo demais.
PS: não lembro de um tempo em que eu não estivesse aqui e você aí, em constância.
Blackbird veio ao natural e lembrei do seu sentimento por ela. As harmonias são sempre constantes mesmo no silêncio que as frações de segundo engolem de nós. O meu abraço, Anna.
Desses muitos paradoxos que me habitam: a mesmice não me seduz, mas abraço rotinas com fervor. O constante, presente, certo me empresta grande conforto. Desde que sem qualquer traço de mesmice. 🙂 Atividade mental desenfreada pede algumas certezas ou te faz perder-se em grandes buracos negros… Divaguei. Faço muito isso, mas não vou me desculpar. Não desta vez! Um abraço Fernando.
Estou em uma longa e permanente fase de mesmice mas a música e a palavra de quem aqui chega me salvam. Abraço.
E são muitos! Salvos também pela beleza que você traz. Não há mesmice; não visitaria tua casa se houvesse. Obrigada! Abraço da Anna.
Obrigado pela generosidade, Anna. Seguimos!
What a magic… thank you!
Ciao from Italy,
Vicky
thank you so much. Ciao from Porto Alegre, Brasil!
😀
I love di Meola ! Many thanks ChronosFer.
Hi, Gilles.
For me, Al Di Meola is of the finest instrumentalists in the world. Thank you so much.
Lindo, lindo
Muito obrigado. feliz por ter gostado do post. O meu abraço.