Kula Shaker: Peasants, Pigs & Astronauts

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Os britânicos do Kula Shaker fizeram de Peasants, Pigs & Astronauts um álbum com todo o sabor de rock progressivo, quando preservou sua essência psicodélica, índie e toques de música indiana. Mesmo com influências vindas das grandes bandas de rock, com a produção eficaz de Bob Ezrin, o disco não fez o sucesso esperado. A sonoridade densa não é inovadora, as letras são  comuns mas o que parece faltar é a continuidade. As canções começam em alta e caem aos poucos, ficando a performance da guitarra de Crispian Mills. Todavia, vale a pena deixar no player e sentir a mescla de gêneros e instrumentos que criam em suas melodias.

 

 

 

Antonio Carlos Jobim: Wave

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Ou Tom Jobim. Talvez poucos possa expressar o sentido e o significado do cantor, compositor, pianista violonista que fez da bossa nova, juntos com outros músicos brasileiros como Carlos Lyra, Newton Mendonça, Luiz Bonfá,  Oscar Castro Neves e João Gilberto para citar apenas alguns, mais que um movimento. E ousou mesclar com gêneros como o jazz, o samba e a própria música popular brasileira. com o poeta Vinicius de Moraes fez parceira infinita. Como infintas são suas composições. Foi generoso ao dividir o palco com vários artistas em duetos inesquecíveis. Gravou com Frank Sinatra na década de sessenta e percorreu o mundo. Tom Jobim é a mais pura essência da música brasileira sem fronteiras.

Federico Vallejos: De Gardel a Piazzolla

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Um passeio pela obra que começa em Carlos Gardel e vai até Astor Piazzolla é a proposta do violonista e compositor argentino Federico Vallejos. A viagem visita outros criadores como Mariano Moraes, Enrique Delfino, Hector Stamponi além de canções de sua lavra. De Gardel a Piazzolla é um disco que atravessa os mares do tango sem abalos e tempestades, é um momento ensolarado e de paz que chega das cordas do violão de Federico. E mostra o quanto os ídolos portenhos são reverenciados sempre com leituras novas e criativas.

Lisa Nilsson: Hotel Vermont 609

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Um disco emblemático da sueca Lisa Nilsson com canções brasileiras, boa parte delas visitando o Clube da Esquina. Ora cantando em português ora em sueco, os arranjos são cuidadosos e criativos, passam uma sensação de pura tranquilidade. A voz suave ganha dimensão com as melodias desenhadas por instrumentistas como Carlos Malta e Jaques Morelenbaum. Encontrei este disco pela generosidade e sensível trabalho realizado pelo Daniel Lamounier e seus       http://cantosagradodaterra2.blogspot.com.br/,

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Quem quer conhecer música brasileira de raiz, música popular e internacional, basta uma visita a estes blogs. Hotel Vermont 609 é um verdadeiro presente que deve ser desfrutado com todo o cuidado e uma boa xícara de café.

 

 

Maogani Quartet: Pairando

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A obra do compositor Ernesto Nazareth é, sem exagero algum, infinita. Muito a ser descoberto, pouco a pouco suas composições ganham corpo em discos como PairandoMaogani interpreta Nazareth. O quarteto de violonistas formado por Carlos Chaves, Sergio Valdeos, Marcos Alves e Paulo Aragão se debruça sobre o tango brasileiro, a polca, a valsa e o fox-trot. Nazareth compunha também chorinho, erudito, samba, marcha, revelando o talento em criar melodias inesquecíveis. Maogani e o disco Pairando se sentem à vontade dentro desse universo musical. É instrumental brasileiro sofisticado e popular e, sobretudo, arrebatador.

“Ace in the hole” : a film by Billy Wilder

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2016 tem sido um ano áspero. As perdas, infinitas, nunca acabam. Agora, neste dezembro, 7 passado Greg Lake, dia 8 os 36 anos da partida de John Lennon. o 9 chegou para ser celebrado: 100 anos de vida de Kirk Douglas. Não creio ser necessário escrever sobre sua biografia. O pai de Michael habita o nosso imaginário há décadas como um ator extraordinário, como sua atuação em Ace in the hole, no Brasil A montanha dos 7 abutres, dirigido por Billy Wilder e co-estrelado por Jan Sterling em 1951.

kd

História sobre o homem, a sociedade e a mídia. Repórter que vive o fracasso, faz parada em Albuquerque, Novo México, e busca no jornal local oportunidade de recomeçar a carreira. Tempos depois, sem sucesso, ao cobrir mais uma das matérias, para ele, sem interesse algum, descobre um caçador de tesouros indígenas soterrado em uma mina. A partir das conversas com a esposa e o pai de Leo Minosa (Richard Benedict) cria a sua história. Afinal, para Chuck Tatum o que vende são as más notícias. Ao adiar em alguns dias o resgate, a mão segura de Wilder revela a face múltipla e complexa do homem, da sociedade como um todo e sobretudo a capacidade de manipulação feita pela mídia. Do quanto as pessoas são enganadas e de como é forjada a notícia de acordo com o interesse econômico e avança na corrupção da autoridade policial do local, o povoado de Escudero. A montanha, um santuário dos índios, ao ser explorada assim como a esposa Lorraine, que estava abandonando o marido, cede ás pressões e fica para aproveitar o grande número de curiosos atraídos pelas manchetes dos jornais e assim faturar o que nunca ganhou em sua vida, são símbolos emblemáticos do poder exercido pela imprensa. Até que o desfecho acontece. Assista com atenção as imagens, os diálogos, busque a essência da mensagem e trace uma paralelo com os dias em que vivemos e se pergunte se algo mudou. Um filme marcante por tudo, e sobretudo, pelo centenário Kirk Douglas.

Cocteau Twins: Treasure

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Dois instrumentistas – Simon Raymonds, baixo, e Robin Guthrie, guitarra, aliados a uma voz sensível – Liz Fraser – criou Treasure, disco fascinante do Cocteau Twins. Atmosfera etérea na emblemática “Lorelei”, tons jazzísticos na bela “Pandora”, um quê de grunge em “Persephone” nos envolve em ambientes múltiplos que as harmonias e vocais de Liz conduzem. Os títulos das canções já indicam o caminho: nomes mitológicos. Com uma estética toda para dentro e também para fora das texturas criadas, o disco é inesquecível por tudo. Inclusive pelo silêncio que provoca.

 

Canned Heat: Hallelujah

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Em época de psicodelismo, o Canned Heat confessava em suas canções o amor definitivo com o blues. Embora também outras bandas daqueles anos 60 tivessem em seu dna o blues, o Heat foi diferente pelo carisma de Bob “Bear” Hite e Alan “Blind Owl” Wilson (tocaram em Woodstock). Em Hallelujah vocais, instrumentalização, as guitarras e o piano duelando formam uma intensidade inesquecível. Dois anos adiante,  gravaram com John Lee Hooker um disco antológico: Hooker N`Heat. Fotografia de um tempo que ainda resiste.

America: America

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Grupo que apareceu na virada para os anos 70 sob o abrigo do folk rock. O trio seminal formado por Gerry Beckley, Dan Peek e Dewey Bunnel à época fizeram muito sucesso com sua sonoridade acústica, lembrando Crosby, Stills & Nash. A suavidade de suas canções ainda habitam a lembrança e o imaginário de muitos admiradores do America. Músicas como “I need you”, “A horse with no name” e “Tin man” continuam nos players pelo mundo adentro.

 

Rod Stewart, Leonard Cohen & James Taylor: Covers

Covers sempre habitaram as faixas dos discos da maioria dos artistas do mundo. Muitos começaram assim. Led Zeppelin gravou muito Willie Dixon. Beatles, Rolling Stones, Eric Clapton gravaram muitas composições de compositores diversos. A lista é longa e enriquece os repertórios. Um pouco de algumas canções como “To love somebody”, clássico dos Bee Gees, que recebeu versão maravilhosa de Janis Joplin, frequentou faixas de Rod Stewart e Leonard Cohen. “If not for you”, do bardo Bob Dylan, teve em George Harrison seu intérprete mais denso. Rod, não deixou por menos. E para fechar, James Taylor e sua suavidade visita Cohen em seu clássico “Suzanne”. Um dia de covers e muita sensibilidade, muito talento.