Registros ao vivo sempre são reveladores. Para além do repertório, no momento da apresentação tudo pode acontecer. E acontece. Desafinações, acordes fora da canção certa, esquecimento de letras e por aí as coisas vão. London Fog 1966 não é exatamente isso escrito acima. Antes, é uma viagem pelo universo do blues, gênero que o The Doors não dominava. No entanto, está nessa pequena porém essencial contradição a beleza dos arranjos, a levada da banda de Jim Morrison pelos caminhos de Muddy Waters e BB King. A eletricidade do Doors fascina e soa como algo mais que diferente como algo realmente novo e com o gosto do inquietante, em seu melhor sentido.