Barry Gibb: In the now

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Os Bee Gees eram um trio de talentosos irmãos da família Gibb: Barry e os gêmeios Robin e Maurice. Sua harmonia vocal era incomum, as vozes se entrelaçavam ao natural. Os ingleses que foram viver na Austrália, voltaram às origens e em plenos anos 60, quando a psicodelia, o rock , o pop, o blues, Beatles, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Cream, Eric Clapton, entre tantos, estavam por todos os lugares, os irmãos chegaram com suas canções melódicas. Fizeram sucesso. Fracassaram. Ingressaram na disco music, o falsete de Barry passou a ser um diferencial, voltaram ao rock, ao pop. Até que Maurice partiu. Depois, Robin. Barry sozinho e todo um legado de um grupo que passou por quase todas as fases da música, que incorporou seus gêneros, retorna ao disco. In the now é uma espécie de memória através das melodias e das letras. Com a ajuda dos filhos Steve e Ashley, leva adiante a sua parte Bee Gees e embora haja bons momentos, não alcança de todo o sentido pleno da essência do trio. O que não invalida o lançamento. Barry no palco é uma lembrança de um tempo que ainda habita nossas memórias. É uma história.

Junto com o último vídeo, há várias canções dos Bee Gees.

Pixies: Bossanova

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Banda que fez dos anos 80 fez um sonoridade visceral, vocais ácidos e, curiosamente, desafinados algumas vezes, e letras cantadas ora em inglês ora em espanhol por conta de um tempo vivido em Porto Rico por Black Francis. Bossanova não é absolutamente revolucionário, inclusive a crítica o coloca abaixo dos anteriores como Doolittle, mas o grande mérito é que souberam enfrentar a falta de criatividade e algumas canções estão muito bem arranjadas, com bases e guitarras mais afiadas e tramas melódicas um pouco mais suaves. Para ser escutado aos poucos.

Arcade Fire: The Suburbs

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Os canadenses do Arcade Fire também estão abrigados sob o guarda-chuva do índie rock. A dupla que deu vida às texturas do Arcade, Win Butler e Règine Chassagne não pouparam o uso de instrumentos em suas canções. Ao clássico trio formado por guitarra, baixo e bateria somam-se viola, violoncelo, piano, violino, harpa, xilofone e acordeon. Uma mescla que junto às letras contundentes fazem do Fire uma banda diferenciada e densa sem ser monótona, clichê ou ser mais do mesmo. The Suburbs comprova sua maturidade e força musical. Disco essencial.

Sibylle Baier: Colour green

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Expressivo álbum folk da alemã Sibylle Baier lançado em 2006 com material produzido no início dos anos 70. Atriz e cantora, ela decidiu não seguir a carreira musical. Ainda que tenha gravado Colour Green e participado de filmes, inclusive dirigida por Wim Wenders, a escolha de sua vida foi a família. Até 2006 o anonimato era sua companhia pública, então fitas do seu trabalho “caíram” nas mãos de de J. Mascis (Dinosaur Jr.) e a vitalidade exibida no disco ganhou espaço. São canções que nos remetem a Leonard Cohen ou Joni Mitchell e cada uma ganha uma dimensão única que, por exemplo, começa pela capa em tom sépia nos mostra sentimento de saudade. As letras, a levada instrumental, a voz por vezes sussurrante nos abraça em conforto contínuo. Para ser escutado sempre.

Para meu pai Mário, dois anos e sete meses de ausência -26.04.2014-, e meu irmão também Mário, dois meses de intensa saudade por sua partida -26.09.2016-.

Freddie Mercury & Queen

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24 de novembro, ontem, marca a data – 1991 – de 25 anos da partida de Freddie Mercury. Alma do Queen, junto com Brian May, Mercury foi um artista acima de tudo ousado e criativo. Soube canalizar toda a sua força e seu talento com sua voz poderosa, suas performances no palco em verdadeiras obras inesquecíveis. Além de um compositor instigante e criador gráfico, por formação, da marca que caracteriza o Queen. Sua história todos sabem. Ficam seus momentos enraizados em cada um de nós e a certeza de um mundo melhor com sua sensibilidade.

Foto: Multiverso Bate-Boc

Sade: Diamond life

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Ainda na primeira metade dos anos oitenta, Sade mexeu com as estruturas do soul e do rhythm & blues com sua voz suave e arranjos mais sofisticados. Uma mudança ao que até então Aretha Franklin e Tina Turner apresentavam, mais voltadas ao blues e gospel por formação. Sade trouxe também elementos da world music e isso significa ritmos latinos, caribenhos e mais outros exóticos. Alguns críticos a colocaram com cantora de jazz. na verdade, a nigeriana Sade soube canalizar os gêneros e transformar seus discos em canções mais que simples lamentos ou harmonias românticas para impressionar. Ao contrário, com alma soube traduzir cada acorde em texturas que se entrelaçaram à perfeição com seu timbre de voz e uma base instrumental perfeita. Se você procura blues, jazz, sou, R&B, pop, bossa nova encontrou.

The other side of Phil Collins

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Ontem, por aqui Peter Gabriel e de certa forma o Genesis. hoje, ainda pela trilha do grupo progressivo, o seu baterista bate o ponto: Phill Collins. Após um período fraco, Collins larga a bateria e a percussão roqueira e parte para um projeto que não deixa de seu mi giro em sua carreira: jazz. A The Phil Collins Big Band abraça esse novo caminho com alegria e muito divertimento. O mérito é o de não fazer de A hot night in Paris, disco que gravaram ao vivo, um trabalho revolucionário. Longe disso. talvez seja a razão de muito estranhamento entre os seus admiradores desde os tempos do Genesis, mas ele consegue uma levada descontraída e feliz. Entre as canções há espaço até mesmo para “Invisible touch” assinada por ele, Tony Banks e Mike Rutherford entre outras da banda. É um disco muito bom de se ter por perto. E Phil é talentoso o suficiente para ser ousado.

Peter Gabriel: So

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Peter Brian Gabriel é um inovador dos anos 70/80. A partir do Genesis, com a marca do rock progressivo cunhada, Gabriel compôs longas histórias e harmonias que o tornaram um degrau acima como instrumentista e compositor. Discos como Nursery Cryme ou Foxtrot estão entre os melhores da antiga banda com Phil Collins, Tony Banks, Mike Rutherford e Steve Hackett. Após sua saída, 1975, o solo de Peter veio junto com parceiros da estirpe de Robert Fripp, Shankar, Stewart Copeland, laurie Anderson e Kate Bush. Um novo e fascinante universo rítmico e melódico na criação do pop/rock de então. Todavia, inquieto, adentrou o território e a cultura africanas em seus estágios mais nativos e com elas as texturas dos sons que conheceu passou a incorporar suas criações não como elementos “massificados” mas agregadores. Sem dúvida, a essência africana, antes exótica, ganha dimensão justa e mais real para quem se aproxima de Peter Gabriel. Aliás, Passion, trilha do filme A última tentação de Cristo, tem toda essa cultura entranhada em suas músicas. So vem de 1986, e possui todos os acentos do soul, da música africana, do pop/rock em grande escala. Além de Kate e Laurie, a participação de Youssou N´Dour é essencial. Inesquecível.