Supertramp: Live in Paris

supertramp

Os anos 70 foram bem preenchidos com bandas de primeiríssimo time. Entre elas, Supertramp. Bem verdade que o velho clichê que percorre a história da grande maioria dos artistas, o fracasso chegou primeiro. Depois, o reconhecimento. Richard Davies e Roger Hodgson sabem bem. Seus dois discos de 71 e 72 conheceram esse poço quase sem fundo. bons discos, mais assentados no rock progressivo e com viagens mais profundas, porém foi com Crime of the Century que o sucesso bateu em suas portas. E foi mantendo uma sólida estrutura musical, sempre em consonância com a guitarra de Hodgson e os teclados de Davies. Ao fim da década de 80, o fôlego começou a rarear e com a sentida falta de Rogre (1983), partindo para outros projetos. O Supertramp é um desses grupos que traz sempre harmonias que se entrelaçam com momentos do cotidiano e se insere tranquilo em nossos dias.

 

Carol Saboya, Fernanda Gonzaga, Cida Moreira, Marina de la Riva, Tatiana Parra

Sol. Domingo. As horas espicham nessa última metade do Inverno. Procuram se aproximar da Primavera. Às vezes, a névoa vem fazer visita, o frios se anima para logo depois ser abatido pelo primeiro raio solar. Domingo. Dia dos Pais. Música, para que essas horas se alonguem ainda mais.

Tom Petty & The Heartbreakers

Tom Petty

1976 foi o ano em que Tom Petty abraçou em definitivo a sua sonoridade. Compositor criativo e cheio de recursos, sempre teve ao seu alcance o folk/rock de Bob Dylan e mais ainda uma proximidade conceitual com os Byrds. Ainda que vá navegando pelos vários mares que a música dispõe, é nessa origem do bardo Mr. Zimmerman e nuances de David Crosby e Jim McGuinn que está a sua essência. Sem falra nas andanças com os Traveling Wilburys – Dylan, Roy Orbinson, Harroson & Jeff Lynnne -. No concerto feito em homenagem a George Harrison sua leitura para “I need you” é maravilhosa e sensível. Como seus trabalhos. Estão sempre em nossos mais profundos tecidos.

 

Foto: http://www.metamansion.com

Pink Floyd, Emerson, Lake & Palmer, Focus, Bee Gees & Fito Paez

Sexta feira. Manhã cinza, cheiro de chuva se espalhando pelas horas recém acordadas. E por dentro do frio, as veias de um fluxo contínuo de harmonias nos levam a tantos e muitos mundos ainda mais para dentro de nós mesmos.

João Pires: Lisboando

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Lisboando é um disco para Lisboa. João Pires abriu todas as portas que sua casa acolheu durante anos – influências – e escancarou com esse trabalho que sintetiza seu olhar e sua vida. Pode-se encontrar passagens brasileiras, cabo-verdianas, jazz, e o que mais seja possível nessa bagagem multifacetada do cantor e compositor. É um álbum que envolve muito afeto e sentimento, é um álbum cuja sonoridade e vozes se encontram, partem, regressam e sempre estão em consonância com esse viver. Disco maiúsculo e sobretudo revela uma sensibilidade para o novo sem susto algum.

Roxy Music & Bryan Ferry

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Um trio poderoso formou a essência da Roxy Music: Bryan Ferry, Phil Manzanera e Brian Eno. Junto com eles, Rick Kenton, Andy McKay e Paul Thompson. Embora a capa reproduzida acia seja de Avalon, os maiores sucessos chegaram bem antes: Roxy Music, For your Pleasure e Stranded. Neles, a então modernidade se instalara com criatividade e com uma síntese perfeita de rock´n´roll, pop e rhythm´n´blues e arranjos combinados de Eno nos sintetizadores, que remetia a banda a outros universos sonoros. Havia sim ousadia em sua proposta além de contar com a figura carismática de Bryan Ferry nos vocais, um legítimo gentleman. Mais tarde, a Roxy enveredou pelo romântico, influências da dance e pop – fase essa que está no disco ali de cima – e a carreira solo de Ferry. Há sem dúvida bons trabalhos. E os músicos também viveram seus momentos solos além de Bryan. Manzanera e Eno são nomes carimbados em trabalhos de excelência com outros instrumentistas. E a voz de Ferry visitou outros ares como os standards de jazz, Bob Dylan, mesclas diversas, e sempre recheadas de conteúdo denso e carismático. Vale ouvir a Roxy e deixo, por ora,  a sugestão de Bryan Ferry e seus Dylanesque, As time goes by, Frantic e Slave to love. Brian Eno e Phil Manzanera são capítulos à parte.

Thurston Moore: Demolished Thoughts

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Trabalhos solos são, muitas vezes, mais complicados e complexos quando completamente separados da banda original. Thurston Moore fez isso com talento de sobra em demolished thoughts bem distante da sua Sonic Youth. Bem acompanhado de nada mais nada menos que Beck Hansen, o que é sinônimo de ousadia e quês sonoros e acústicos bem produzidos, cometeu um disco maravilhoso. Acústico, claro, com instrumentos como o violino, a harpa, sintetizadores, baixo e as guitarras bem suaves e vocais arrebatadores, Moore criou, com Beck, um trabalho envolvente e de harmonias bem entrelaçadas entre si e com muita sensibilidade. Disco essencial.

 

Emerson, Lake & Palmer: Trilogy

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A transgressão foi uma marca do Emerson, Lake & Palmer. O rock progressivo por certo com o trio avançou muito mais que se poderia imaginar, afinal criar intrincadas combinações sonoras que vinhas da música clássica, passando pelo rock e flertando com o jazz era uma ousadia para aqueles tempos (1970). Mas, também eram criadores de belas baladas, de divagações eruditas e claro, sempre com as tramas comandadas pelos teclados e sintetizadores de Keith Emerson, cuja perda recente lamentaremos até o infinito. Depois de discos como Tarkus, Trilogy, Brain Salad Surgery, conheceram o declínio e o fim. No entanto, suas obras iniciais são verdadeiras peças que merecem estar naqueles álbuns que chamamos de cabeceira.

Juan Falú: 10 años

Falú

Filho de Tucumán, terra argentina de La Negra Mercedes Sosa, Juan Falú é muito mais que um violonista. É um mestre em se introduzir com suas sensíveis cordas pelo universo da alma. Está em sua gênese esse caminhar pelo folclore, que sempre a raiz, a razão, o sentido, o significado, e o tango e a música popular e a clássica. Uma matriz sonora acústica que atravessa os poros, e repousa no coração.

 

Paco de Lucia “brasileiro”

Às vezes, quando em dias como o de hoje em que o tempo amanhece com tons cinzas e a água da chuva anuncia sua presença para daqui a pouco, Paco e John batem forte (na pele, no coração, na alma) com as harmonias tramadas na música brasileira. Um café, uma janela para o movimento da rua criar personagens e a vida seguindo o seu rumo.