1968. Para muitos, o ano que nunca terminou. Para quem viveu o seu cotidiano, muito duros aqueles dias. Uma marca que até os dias de hoje permanece. É desse ano uma fita-cassete que o pai e a mãe ganharam de presente de um amigo turfista lá pelos anos setenta. Distante das corridas por acidente de pista, planejando o retorno como treinador, o pai e a mãe entre um churrasco e outro gostavam de escutá-la com reverência. O gosto deles pelo tango e pela milonga não impediu que o fado e a poesia tivesse espaço assegurado entre os seus favoritos. Não lembrava desse disco. Pouco depois da partida do pai, encontrei a fita. Gasta. Impossível de ser escutada, mas o nome estava ainda nítido: Amália/Vinícius. Pesquisa aqui e ali e o a gravação renasce. Bela, límpida, e tantas lembranças acumuladas. Hoje, quando se completa um ano e dez meses de ausência, Amália e Vinícius, o fado e a poesia estão presentes como um abraço longo e infinito de uma saudade cujas raízes se espalham pela alma.
68, sempre.
Dois imortais da lusofonia.
sou um sessentista assumido e 68 habita meu imaginário. sempre. meu abraço.