Turfe: As primeiras vitórias clássicas

Rio Volga 1

Para os que estão chegando aqui, para os que passam e seguem o seu caminho: todos os dias 26 de cada mês este espaço é dedicado à preservação da história do meu pai, que partiu em 26 de abril de 2014. Uma trajetória de vitórias e derrotas, sobretudo de muitas vidas em cada uma delas, e que hoje, mais um dia 26 repleto de saudade, ocupa o branco da tela com suas primeiras provas clássicas disputadas.

1948

Nos anos quarenta do século passado, os programas realizados no saudoso e carismático pradinho dos Moinhos de Vento se resumia a duas reuniões: sábados e domingos. Às vezes, apenas aos domingos. E a equipe de jóqueis da época era dos melhores do Brasil. Pouco tempo depois de deixar para trás a categoria de aprendiz, Mário Rossano passou a frequentar o programa oficial, incluindo as provas clássicas. Em 1948, poucos dias antes de completar 17 anos, sob a monta do uruguaio Ibagé, no Prêmio Consolação, tradicional clássicos disputados entre os perdedores dos GPs Protetora do Turfe e Bento Gonçalves, conduziu o alazão ao vencedor, chegando à frente de nomes consagrados como o “Gigante” Ganganelli Cunha, Eldi Rocha, Leonel Pereira e Francisco Xavier. O filho de Socorro em Mala Racha, de propriedade do Stud Cruz de Lorena, do Dr. Augusto Maria Sisson, percorreu a distância de 2.500 metros em 166s e 3/5.

1949

No ano seguinte, 1949, o calendário turfístico marcava para maio o Prêmio Assembleia Legislativa. Assumiu o compromisso com o tordilho Albornoz, também do Stud Cruz de Lorena. os 1.500 metros foram vencidos em final apertado, justo e revelava o talento de um jovem promissor com seus 17 anos completados. A vitória sobre os mestres Armando Rosa, Dario Moreira – que foram sucesso no Rio de janeiro, no Hipódromo da Gávea – Ganganelli Cunha, o jovem Armando Reyna e Eldi Rocha marcou definitivamente o seu nome entre os grandes de Porto Alegre. O resultado foi que mais adiante, no início dos anos 50, foi para a Gávea, disputou grandes prêmios, retornou, venceu estatística em Porto Alegre e seguiu sua trajetória. Uma história feita com vitórias e derrotas e, sobretudo, com ensinamentos.

4 Respostas para “Turfe: As primeiras vitórias clássicas

  1. Como eu gosto de colher um pouquinho dessa história belíssima toda vez que você apresenta um pouquinho mais dela. Não sei por que me veio aquela canção do Astronauta do Ramil.

    Bom, um abraço mais forte ainda pra amenizar a saudade do Mário.

    • Obrigado, Cris. É uma história muito rica e sinto orgulho do meu pai. Há um livro, o Seabiscuit, que virou inclusive filme, que mostra na época dos anos trinta nos Estados Unidos, a vida nos hipódromos embora centrada em um cavalo. O livro é fantástico porque revela a história como realmente foi naqueles tempos e de alguma forma com reflexos por aqui. Meu abraço forte.

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