Para o Sérgio Napp

imageSair alguns dias de Porto Alegre apenas para deixar o tempo correr apressado, como é sua característica, e eu a passos lentos, ficando para trás, foi uma decisão acertada e todo o meu interior exigia. A serra do Rio Grande do Sul é linda, europeia em sua formação, e simplesmente gosto daqui como fosse minha casa. Nesses poucos dias aqui por enquanto chuva, frio, café bem quente, o tinto convidando, as pessoas nos cafés felizes. Hoje o dia amanheceu ensolarado, pedindo para ser explorado. Será.

Mas, ontem, quando a chuva insistia em cair, soube da partida em definitivo do Sérgio Napp. Amigo desde sempre, colega de trabalho, escritor, poeta, compositor. Algo quebrou no que ainda me resta de tantas perdas nesses dois anos passados. Um silêncio me habita triste também, sem a sua gritaria feita de clichês. O Sérgio sempre foi daquelas pessoas que estão presentes e fazem de tudo para a vida ser mais suave e poética. A falta que já faz palavra alguma descreve. Deixo aqui Assis, lugar de paz e harmonia como uma homenagem ao Sérgio e toda minha amizade abraçando-o onde estiver.

Neste pequeno pc não consigo anexar sua música então sugiro que busquem no YouTube a canção Desgarrados, a mais bela letra do Sul do
Brasil.

De volta, deixo na voz de Victor Hugo “Desgarrados”.

Um tempo para parar um pouco….

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O outono tem sido um tempo de verão. Envolto pelas camadas do calor da estação passada, os dias se ajustam à proximidade do inverno no escurecer mais cedo, quando as horas encurtam o dia e os segundos fracionam os pensamentos. Por agora, a chuva chegou não tem dado trégua, assume posição e se transforma em rio. Esse meu tempo necessário será curto como os dias do inverno. Apenas uma pausa, para ler mais, o café quente nas manhãs já frias, e quando a noite se aproxima, mais música, mais pensamentos, mais textos à mão e a uma distância razoável do computador. Apenas uma pausa. Pequena. E um até breve.

Milton Nascimento e seu Geraes,

The Rite of Strings: Clarke, Ponty & Di Meola

The rite of strings

Sem medo de afirmar: um clássico. Três grandes e fantásticos instrumentistas e compositores que mantém umas espécie de união harmônica entre si e que juntos desenvolvem trabalhos conjuntos inesquecíveis na base do um dando suporte ao outro. The Rite of Strings é isso e muito mais. Ainda que o tempo verbal do texto aponte para o presente, o disco foi gravado nos anos 90 e no entanto parece exatamente ser um lançamento 2015. O baixista Stanley Clarke e o guitarrista/violonista Al Di Meola j´haviam se encontrado na lendária Return to Forever. Jean-Luc Ponty, violino elétrico, além dos trabalhos solo, também participava desses encontros e com John McLaughlin e outros mais da mesma linha. Uma corrente elétrica que funde as estruturas musicais desses músicos quando juntos. E o resultado são discos cuja audição, para cada um deles, é mais ou menos do tipo “pare tudo e ouça”, sem exagero algum. Um repertório de nove canções que faz verdadeira fusão de estilos e gêneros mais para o jazz contemporâneo, que mostra a integridade de artistas em consonância com as suas propostas musicais. A musicalidade e as improvisações se complementam, formam um todo uníssono e irradia criatividade em cada compasso. As escolhas são perfeitas e feitas sob medida para eles executarem com talento e emoção cada faixa. O destaque: repito, todas. Um disco essencial e digno de estar em qualquer lista que se faça sobre os melhores, ou no já famoso 1001 discos para ouvir antes de morrer. (Para ser sincero, não lembro se o autor listou o The Rite, mas se não fez, faça você, sem medo algum).

Das cocheiras do Stud Mário Rossano

Rio Volga 1

Hoje, 26 de maio, mais um mês da partida do pai. E, como havia escrito quando do primeiro ano abril passado, todos os dias 26 de cada mês uma história, um depoimento, uma foto, a memória estará presente e preservada não apenas para meus irmãos e eu. Também para os que gostam de turfe. Não haverá ordem cronológica nos posts. E sim, afeto, saudade, reconhecimento por tudo o que foi como homem e profissional.

Duelo 2

Na reprodução acima, quando venceu a primeira prova disputada do Hipódromo do Cristal em 21 de novembro de 1959. Sobre ela, colhemos do livro Dá-lhe Rossano! 25 anos sobre as patas dos cavalos, editado pelo meu irmão Mário Rozano, parte do depoimento do escritor, jornalista e radialista Davi Castiel Menda sobre a “carreira”:

“Passado algum tempo, em pleno dia da inauguração, instantes antes do primeiro páreo, ouvi um zunzunzum: quem largasse por dentro levaria vantagem. Motivo? A raia apresentava areia em demasia, à exceção da parte interna, bem mais compactada. Tratava-se de uma boa dica para quem pretendia apostar e acertar o primeiro páreo; era o sonho de todo turfista, entrar com o pé direito na história, na História do Cristal. Equivalia a esquecer – naquele momento único – como num passe de mágica, todos os reveses anteriores advindos do Moinhos de Vento. O mesmo valia para os profissionais inscritos no reduzido páreo de seis participantes. E quem largava na raia um, nesse primeiro páreo? Era o Duelo, dono de um retrospecto desolador, a ponto de os cronistas do Correio do Povo informarem laconicamente nos prognósticos: “Não cremos”. Esqueciam que Duelo seria conduzido pelo Mário Rossano, o que alterava a situação. O handicap passava a ser altamente favorável, compensando os fracos desempenhos anteriores do seu pilotado. Já na largada, Rossano posicionou-se francamente em primeiro, não concedendo a menor chance à Anfíbia (J. Cesar) e Soberbo (A. Reyna), os favoritos do páreo e, com sua tocada característica e magistral, ganhou de baliza a baliza. Mostrou e provou o excepcional jóquei que era. Além de merecidamente colocar seu nome na história, proporcionou, aos que acreditaram nele e no azarão Duelo, um lucro tão inesperado quanto elevado: um dividendo de C$ 147,00. Nunca meu bolso foi tão feliz. Toda a vez que lembro do evento, minha voz interior se exalta: Dá-lhe, Rossano! “

Em nossas conversas, sempre que falávamos das suas histórias, dizia a ele ser essa a maior vitória conquistada, a que mais significa o sentido da vida nesse universo do turfe sempre com as manchetes voltadas aos craques das corridas, e com razão. Mas, em verdade, quem dá todo um suporte à existência dos hipódromos são os cavalos comuns, aqueles que jamais cruzarão em primeiro lugar nenhum Grande Prêmio. Coube ao pai e a Duelo, um cavalo cuja perspectiva de vitória era apenas um sonho, vencerem a primeira corrida oficial do nosso maior hipódromo do sul do Brasil. Mais que um orgulho, uma homenagem que a própria história tornou realidade àqueles que trabalham incansavelmente e vivem para e pelo turfe. Obrigado, pai.

(Como gostaria de estar ouvindo o “mais outro desses modernos!” E um agradecimento que nasce e cresce com a alma aos amigos do Los Pingos de Todos, dos maiores sites de turfe da América do Sul e do não menos importante Todo a Ganador. Ao Marcelo Febula, Gustavo Lopecito e Pablo Gallo o meu abraço sempre.

Cecilia Zabala: Aguaribay, Argentina que se renova

ceciliazabala

O primeiro disco solo de Cecilia Zabala aponta o seu destino: o olhar renovado para o passado, o presente e já ingressando no futuro. A cantautora nascida em Buenos Aires mescla elementos do folclore, do tango, música popular brasileira e contemporânea com arranjos e interpretações muito pessoais. Lança seu olhar ainda sensível aos novos, aos que renovam, como ela, a sonoridade sem perder de vista a origem ainda que se mostre afastada delas, há um profundo sentimento de raiz em suas harmonias. Aguaribay é um oceano de clássicos, composições próprias e texturas tranquilas que cruzam o Prata em direção ao mar. Cuchi Leguizamon, Atahualpa Yupanqui, Diego Penelas, Cacho Echeñique, Juan Quintero, Julio Espinosa e mais convidados do porte de Silvia Iriondo (em breve por aqui), Quique Sinesi e Juan Falú são credenciais que revelam o talento de Cecilia e seu trabalho. Instrumentista, traz junto uma gama infindável de influências, fruto de inúmeras excursões ao exterior, e ao interior da sua Argentina. Mesclar esse universo todo faz de CZ um nome de ponta no cenário platino.  E sempre em busca do novo, ou fazer a renovação a partir de canções passadas.

Cecilia-Violeta

O disco Violeta é o resumo de quem é Cecilia Zabala. O que disse León Gieco sobre, ao produzir o trabalho: “Un día revisando mi biblioteca encontré un libro que contenía
composiciones originales para guitarra de Violeta Parra.
No recuerdo bien cómo llegó a mis manos, pero al instante pensé
que era importante dar a conocer esas músicas. Al tiempo
se lo mostré a Osqui y a él se le ocurrió que Cecilia sería ideal
para este proyecto. Estas dieciséis piezas, la mayoría creadas
antes de su segundo viaje a Europa en 1961, constituyen un lado
desconocido de su obra. En ellas se puede percibir su gran creatividad
y capacidad de síntesis. Que hayamos podido hacer este disco
me hace muy feliz por lo que significa la música de Violeta Parra
en la cultura latinoamericana”

Um trabalho a altura do que há de melhor e mais encantador quando se trata de mexer em canções de consagrados e dar a elas uma roupagem nova e então se percebe o quanto a música chilena, argentina e uruguaia de tanto tempo atrás continua atualíssima. E renovador. Cecilia Zabala, uma cantautora para ser presente. Ainda há muito o que escrever, mas creio que a também docente de música, apresente a si mesma nos vídeos abaixo.

The Faces: Long Player, Ron Wood, Ron Lane, Rod Stewart…

Faces Um álbum para alcançar nota máxima em qualquer critério da crítica tem que ser “o” álbum. Long Player dos Faces (1971) é muito mais que um ótimo disco. A sua formação: Rod Stewart nos vocais, Ian McLagan no órgão e piano, Kenny Jones na bateria, Ron Lane no baixo, guitarra e vocais, Ron Wood o lead guitar, slide guitar e pedal steel guitar, Bobby Keyes no saxofone e Harry Beckett no trumpet. Talvez apenas citar os nomes e o que cada tocou no disco seja o suficiente. Rock puro. Puríssimo com aqueles momentos em que tudo vai se transformando e a obra se completa com um tantas transgressões que torna-se um clássico. Quem sabe porque ainda que os músicos sejam do mesmo lugar, são muito de outros grupos também. De passagem, Stewart foi crooner de Jeff beck em Truth lá de 68 e também cinco estrelas de cotação e nos créditos Ron Wood e nos teclados Nicky Hopkins. Wood é um Rolling Stone. Lane tão foi bem sucedido em sua carreira, mas fez trabalhos, não como músico para o Led Zeppelin, por exemplo, e anos depois incursionou de novo pelos discos contando com a ajuda dos amigos Jimmy Page, Eric Clapton e Pete Townshend (The Who). Bobby Keys foi outro “Stones” e esteve no lendário All Thngs Must Pass do George Harrison. E assim, cada um deles seguiu vários caminhos por tantos grupos que a aparente e criativa desordem dos Faces na verdade contribuiu para a construção de extraordinário grupo de músicos talentosos juntos e que gravaram peças antológicas do rock. Long Player é o seu segundo disco e é daqueles em que o prazer e a alegria em escutá-lo é insuperável.

Antonio Suliani + 2015

suliani

Há muito tenho desejado não mais contar o tempo, apenas deixar que passe, que seja como as estações. Ele, assim como as certezas mais definitivas da vida, não escolhem estações, nem desejam ser estações. São o que são porque assim é o seu destino. Que mais dia ou menos dia, vai nos encontrar. Conheci o Suliani em meio a tantas idas e vindas do meio literário, em especial o editorial. Precisávamos na Editora da Cidade da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, onde fui editor, um profissional que trabalhasse na editoração e mais outros quês de edição. Fui apresentado a ele por nosso secretário Sergius Gonzaga. Isso em 2005. Dez anos de um trabalho que começou com a finalização de livro, passou para outros, transformou-se em parceria e por fim, amizade. Não sei quantas vezes estive em sua editora, a Suliani Letra & Vida Editora, para o trabalho inadiável de copiões, revisões, finalizações, e mais tratamentos de imagens e por aí as coisas andavam. Porém, também não sei quantas vezes o trabalho me levou lá na casa da Veríssimo Rosa e o que menos fizemos foi trabalhar. Atravessamos muitas horas conversando, fazendo alguns planos para o mais adiante, e assim estreitamos o afeto amigo para sempre. Jamais nesse tempo todo ouvi dele a palavra não. Sempre pronto, foi mais que um braço em nossa Editora. Foi mais que um parceiro. Foi um amigo. Não, não gosto desse passado. É um amigo. Hoje, não faz muito fui surpreendido pela sua partida. Pessoas como o Antônio fazem muita falta quando partem. Pelo que são. A sensação de que os degraus da escada estão caindo é imensa e o chão muito próximo assusta. Com o meu abraço infinito não me despeço, apenas sigo o tempo das minhas estações. Que estão me esperando, um dia qualquer desses.

Tindersticks: o melancólico e belo “Can our love”

Tindersticks-CanOurLove

Gostar do Tindersticks nunca foi algo sobre-humano para mim. Ao contrário. Do simples gostar da capa do disco e deixar que suas músicas frequentassem meu player foi apenas o tempo de encontrar o cd. Nada além disso. Na verdade, tudo começou com uma pequena nota reproduzindo a capa acima (Can our love), sem mais uma única palavra que não fosse melancólico. Enfim, álbum à disposição depois de sei lá quanto tempo atrás, e a surpresa: são muito bons. Está certo que em alguns momentos derivam para algo mais parecido ou que eventualmente possa ser levado a ser uma influência do Doors, ou de outra banda, sem perder de vista sua sonoridade. Os ingleses mantém desde o início uma característica: arranjos bem elaborados, passagens instrumentais de muito virtuosismo e os vocais que lembram melancolia, para alguns críticos são fúnebres, são bem-vindos no resultado final. O seu disco, cuja foto de capa lembra o ator Liam Neeson, é outro exemplar bem acabado dessa ideia que permeia os trabalhos do Tindersticks. É, sem dúvida, um trabalho emocional e com doses certas de humor mesclando a tal de melancolia a que me refiro. Tempos depois me deparei com outro dos seus discos: Ao vivo no Coliseu dos Recreios de Lisboa. Ao vivo tudo se transforma, e mesmo sabendo que passa por estúdio, arranjos ajustados e etc. continuei gostando do resultado final. Isso que sequer passei perto das trilhas que compõem para cinema. Tindersticks é sinônimo de excelente música e bons momentos, aqueles que a solidão é uma companheira e mesmo com toda a melancolia das canções, há um gosto de sol nelas.

Hermeto Pascoal, o mago Merlin da música brasileira

hermetopascoal

Está bem, o título pode estar exagerado, assumo o exagero consciente. Tive a felicidade de, quando editor da Revista Porto&Vírgula, à época da sua edição pela Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, entrevistar e almoçar com Hermeto Pascoal em duas oportunidades. Isso nos anos 90, em que aqui esteve para shows, em especial no então velho Auditório Araújo Vianna sem cobertura, com bancos de madeira fissuradas pela ação do tempo. O tempo todo em que esteve disponível à imprensa mostrou-se alegre, irreverente, inquieto, persuasivo, feliz. Impossível levar adiante uma conversa com ele sem cair no riso com suas bem humoradas frases e efeitos sonoros que criava a cada instante com qualquer objeto que aparecia em sua frente. Uma experiência marcante e sobretudo humana de alguém que acima de tudo o tempo todo em que esteve sendo entrevistado jamais ficou contrariado com qualquer pergunta. E respondia com o jeito Hermeto de ser. Muito próximo de beijar os oitenta anos, na verdade será em 22 de junho de 2016, esse filho das Alagoas, nasceu para o mundo. Sem qualquer exagero. O som, seja ele qual fosse sempre foi uma fonte de atração desde pequeno. Nada escapava. Até que um dia partiu para o Rio de Janeiro tocar sanfona, que já havia aprendido com seu irmão lá em Lagoa  da Canoa, hoje Arapiraca, no Regional de Pernambuco do Pandeiro (na Rádio Mauá) e, em seguida, piano no conjunto e na boate do violinista Fafá Lemos e, em seguida, no conjunto do Maestro Copinha, flautista e saxofonista, no Hotel Excelsior. Alguns anos depois, em 66, cria o Quarteto Novo com nada mais nada menos que Airto Moreira, Heraldo do Monte e Théo de Barros (basta uma pequena ida ao Mr. Google para descobrirem a relevância de cada um em nossa música.) Pouco depois, partiu para os Estados Unidos, gravou com Flora Purim e Airto, conheceu e gravou com Miles Davis, e a partir daí ganhou o mundo. A sua obra é universal com profundas raízes brasileiras. Absorveu as influências, em especial do jazz, mas se manteve com um brasileiro fincado em sua terra. De criatividade incansável, não há o que não possa transformar em música e  harmonias o que sente e o que cai em suas mãos. Não por acaso, pensando melhor, é mesmo o nosso mago Merlin da música.

I Am Sam: music from and inspired by the motion picture

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Inserir os Beatles em nossas vidas e cotidianos é muito simples. Eles estão sempre presentes, e sempre estarão. A sensação é de que passa ano entra ano eles são cada vez melhores. E qualquer trilha se não tiver um disco completo deles pelo menos uma ou duas canções estão na playlist. É inevitável. E muitos filmes e séries se valem do talento do quarteto inglês para criarem situações muitas vezes únicas em cenas ou de alegria ou de complexidade dramática. O filme I am Sam estrelado por Sean Penn e Michelle Pfeiffer (2001) tem em sua trilha sonora uma verdadeira coletânea dos Beatles. Dezenove músicas que muito mais que emoldurar o enredo se completam e ganham vida para além da tela. No roteiro, o diretor Jessie Nelson trabalha com o talento de Penn e Pfeiffer ao contar a história de Sam Dawson, um homem com atraso cognitivo que cria sua filha Lucy (Dakota Fanning) com a ajuda de seus amigos. O que até então era uma vida normal, chega ao fim quando Lucy completa sete anos e ultrapassa a capacidade intelectual do pai o que desperta a atenção da Assistência Social. O destino da menina, o orfanato, passa a ser decidido na Justiça, por força da advogada Rita Harrison que o defende até a decisão final. Aqui fica em aberto para quem desejar assistir ao filme. Além de uma trama sensível e sobretudo reflexiva, a trilha é magnífica. Um encontro de linguagens transformou o disco em um interessante painel sobre a obra dos Beatles através de arranjos e interpretações de diversos artistas de gêneros tão diferentes entre de si e dos próprios autores. A lista é significativa: Eddie Vedder (“You´ve got to hide your love away”), Nick Cave (“Let it be”, “Here comes the sun”), Bem Harper (“Strawberry fields forever”), Sheryl Crow (“Mother nature´s son”), Bem Folds (“Golden slumbers”), entre outros nomes de peso. Sem dúvida, um álbum entrelaçado ao roteiro, às interpretações dos atores e músicos engajados na proposta. Para se ter sempre por perto. Abaixo, o disco na íntegra.