Astor Piazzolla é um gênio. Nunca pode ser tratado como passado. É sempre presente e futuro. Influência permanente. Eterna. Nada é por acaso. E artistas de todos os gêneros o encontram. Gravam suas músicas. Cada um com sua identidade. cada um com sua proposta. Al Di Meola, guitarrista norte-americano nascido em Jersey City, não quebrou a regra. Apenas gravou um Di Meola plays Piazzolla a seu jeito Di Meola de ser. E está nesse jeito de ser uma diferença e tanto. Não, absolutamente não, que os outro projetos que gravaram o mestre que revolucionou o tango tenham sido decepcionantes. Longe disso. Meola é um instrumentista único, singular, capaz de tocar com naturalidade com Paco de Lucia e John MacLaughlin em projetos extraordinários como Friday Night in San San Francisco e The Guitar Trio. Discos envolventes. Quebram qualquer mesmice e rotinas musicais. Estão à serviço da criatividade, do improviso, do talento. Isso é Al Di Meola Plays Piazzolla. É o instrumentista e criador tecendo suas teias harmônicas com as obras do argentino com essa capacidade de criar com ousadia e ao mesmo tempo manter intacto o romantismo de uma época. O músico naturalmente tem um quê de latinidade em sua carreira e já vasta discografia. magnífica, diga-se. Por isso, o projeto com Piazzolla se tornou emblemático. É um disco que transita no ambiente do tango, do jazz, da improvisação, do gosto de tinto seco, de dança e de letras dramáticas. Embora, todos os tangos sejam instrumentais. Esse sopro que vem de Al Di Meola transforma-se em temporal de acordes soberbos e ao natural estamos dentro de cada movimento feito por ele. Para se ter esse disco por perto sempre.